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Decifrando a Engenharia Genética para quem tem pressa

Atualizado: 15 de jun. de 2022

Engenharia genética pode ser um termo que inicialmente assusta os navegantes de primeira viagem, mas tudo é uma questão de conhecer, decifrar e manipular os segredos que o núcleo da célula escondem. Neste texto, vamos fazer um passo a passo de forma lúdica de como chegar ao ponto de modificar geneticamente um organismo

“Carpinteiro do universo inteiro eu sou... não sei porque nasci para querer ajudar a querer consertar o que não pode ser. Não sei pois nasci para isso, e aquilo e o inguiço de tanto querer” Raul Seixas e Marcelo Nova - Carpinteiro do Universo, 1989


Engenharia genética pode ser um termo que causa espanto aos mais desavisados. Como assim? Manipular, construir e modificar o DNA: algo que até 100 anos atrás era um conceito abstrato! Mas o DNA sempre esteve lá! E tal como um engenheiro civil usa de paus e pedras para suas criações, a nós, geneticista, se faz necessário usar o DNA como matéria-prima para a nossa carpintaria. Mas antes de usá-lo, é preciso entendê-lo.


O DNA funciona como um manual de instruções para cada ser vivo. Cada célula que existe possui este manual escrito apenas com as letras A, C, T e G, mas escrito de forma tão extensa que seria capaz de preencher mais de 2,5 milhões de páginas,o que resultaria em mais de 441 enciclopédias barsas dentro de cada uma de suas 70 trilhões de células. Esse é o peso da vida!


Curiosamente, esse manual consegue ser tão compacto para caber no espaço do núcleo de cada uma dessas células, um espaço tão pequeno, que se esse núcleo fosse ampliado ao diâmetro de uma bola de futebol, a bola de futebol seria ampliada a quase ao diâmetro do Maracanã.


O interessante é que a evolução, perfeita como só, selecionou cada célula com a capacidade de transcrever e traduzir desse manual apenas as instruções que são necessárias a elas próprias. Em resumo: suas células sabem tudo sobre você, mas cada uma delas escolhe bem quais informações vão usar. E nem precisam pedir sua opinião para isso. Ainda bem! Agora, o primeiro passo para ser esse “carpinteiro do universo” é entrar no núcleo da célula e aprender a ler esse manual e saber quais partes dele àquela célula alvo precisa usar. Acessar toda essa sequência. Fácil? Não! Mas é uma nova forma de ver o mundo.


Mas vamos além... que ninguém tem muito tempo para buscar em 441 enciclopédias a informação que precisa. Felizmente, as técnicas de biologia molecular e bioinformática vem avançando tanto, que hoje é possível dar aquele ctrl F dentro desse manual, e acessar diretamente a sua informação de ouro. E então começa o trabalho do engenheiro geneticista. Imagine que seja possível editar esse manual, acrescentar instruções de um ser vivo dentro de outro, apagar algumas partes que não são desejadas, acrescentar tantas outras. Fazer uma célula transcrever e traduzir algo que inicialmente não estava preparada. A gente faz ela fazer. Afinal, essa é a base da nossa carpintaria do universo. E é assim que eu vejo o mundo.




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